Bifanas – um milhão por ano

Por em 17 de Janeiro de 2017
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“Temos empresários de Vendas Novas com casas de bifanas abertas por todo o país e em centros comerciais de Lisboa e Algarve e, mais recentemente, estão a estabelecer-se negócios no estrangeiro”, revela à agência Lusa o presidente do município, Luís Dias.

Nos últimos anos, e em simultâneo com a “exportação” do setor, assistiu-se, segundo o autarca, a “um aumento muito significativo de casas que se dedicam quase em exclusivo à confeção de bifanas”, estando referenciados pela Câmara Municipal entre ”12 a 15 estabelecimentos” só em Vendas Novas.

“A estimativa que fazemos é de cerca de três mil bifanas vendidas diariamente” nos cafés de Vendas Novas, o que “perfaz um total mensal de cerca de 90 mil e, no cômputo anual, quase um milhão de bifanas”, refere.

O Café Boavista é o mais antigo e com maior tradição na zona e, provavelmente, o que mais vende, servindo diariamente “cerca de 300” e, nos melhores dias, aos ins de semana, “400 ou 500” bifanas, conta à Lusa a proprietária, Maria Clara Isabel.

Além de as bifanas serem “uma referência gastronómica” de Vendas Novas, o presidente da autarquia diz que o setor tem também “uma importância económica muito grande” para a cidade, pois garante a “empregabilidade de centenas de pessoas” nos cafés e na panificadora da cidade, que é a grande fornecedora de pão.

Por isso, destaca a aposta na dinamização do setor, lembrando que a Câmara Municipal começou por registar, há cerca de cinco anos, a marca Bifanas de Vendas Novas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial para “salvaguardar a exclusividade do uso da marca”.

“Mas não ficámos por aqui. Estamos a trabalhar com a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e com as casas de bifanas para a certificação dos estabelecimentos, garantindo aos clientes que estão a comer um produto que é confecionado com rigor e qualidade”, revela Luís Dias.

Os principais clientes dos cafés que confecionam bifanas em Vendas Novas, assinala o presidente da autarquia, são os automobilistas que circulam na EN4 e que “continuam a parar” para “matar a fome”, apesar de a autoestrada A6 ter “desviado um pouco o consumidor tradicional”.

“Vendas Novas, na sua história, ao longo das décadas, tem sido classificada como uma terra de passagem entre a grande metrópole, Lisboa, e Évora ou Espanha”, realça Luís Dias, indicando que, ao longo do tempo, os comerciantes da cidade vocacionaram a sua atividade para “dar resposta às pessoas que faziam esta ligação”.

O autarca alentejano nota que a criação das Bifanas de Vendas Novas “não está ainda historiada” e adianta que é um projeto que o município também tenciona “desenvolver no futuro”.

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