A remodelação. Sem dignidade?

Por em 7 de Fevereiro de 2013

Em ano e meio já foram várias as mudanças no Governo, sempre ao nível dos Secretários de Estado. Desta vez Passos Coelho mudou seis e nomeou sete, mantendo os Ministros mesmo os mais desgastados. Mais uma oportunidade perdida para reforçar politicamente o Governo e reforçar a sua credibilidade remodelando Miguel Relvas. Trata-se de um Governo sem força política para além de Paulo Portas e de Vítor Gaspar. Estes dois Ministros constituem o centro de poder do Governo. Numa segunda linha estão Miguel Macedo, Paulo Macedo e Pedro Mota Soares que cumprem a sua missão de forma esforçada. Todos os restantes são irrelevantes do ponto de vista político e perfeitamente dispensáveis. O Governo ganharia força se encontrasse substitutos à altura. Quanto mais tarde pior. Assim esta dança de Secretários de Estado nada muda na política do Governo e contribui para a sua fragilização. Esta remodelação durou vários dias, foi feita na praça pública e foi desvalorizada por Passos Coelho que afirmou tratar-se de matéria sem dignidade para ser objeto de notícia. Como disse Sr. Primeiro Ministro? Como se sentirão os que foram remodelados e os novos Secretários de Estado? Uma atitude do Primeiro Ministro sem dignidade, ela sim, sem dignidade e altamente reprovável. Não bastando esta falta de capacidade de comunicação e de capacidade política decide nomear Franquelim Alves, com curriculum na SLN e no BPN em 2008. Não está em causa a experiência do nomeado nem sequer a sua idoneidade pessoal. O problema é que na nota curricular divulgada foi omitida esta sua passagem pelo BPN o que levanta legitimamente a pergunta sobre a razão que justificou este procedimento. Mas a questão central é que em Política não basta parecer sério, tem que parecer! É como a mulher de César. O BPN é a história de maior fraude em Portugal depois de Alves dos Reis. Nada recomendaria que se chamasse para o Governo alguém que teve responsabilidades de Administração nesta instituição. Nem a justificação que o Governo deu merece crédito, quando afirma que o homem não foi acusado. Caso bem diferente foi a saída de Paulo Júlio, que se demitiu de Secretário de Estado da Administração Local, por ser suspeito de favorecimento de um primo num concurso da Câmara Municipal onde foi Presidente. Uma atitude digna e eticamente correta. Franquelim Alves não deveria ter tomado posse. Mas já que tomou, deveria rapidamente pedir para ser exonerado. Não vai ter condições políticas para exercer funções e irá degradar ainda mais a imagem do Governo. Mais uma trapalhada do Governo, na semana em que se se soube que voltou a aumentar o Desemprego, que aumentou o número de falências e que a crise económica e social alastra. Precisamos de um melhor Governo e uma forte oposição. Infelizmente, na mesma semana o Partido Socialista não deu o melhor contributo para deixar os Portugueses mais tranquilos. A ameaça de confronto interno no atual momento, nas condições em que ocorreu, não foi um bom momento do PS.

 

Sobre António Serrano

Deixar um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Comment moderation is enabled. Your comment may take some time to appear.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.