PCP quer “saneamento financeiro” em Évora
Comunistas alertam para “risco de incumprimento” por parte da autarquia.
O PCP acusa o Executivo socialista da Câmara de Évora de “incapacidade para cumprir promessas eleitorais sempre anunciadas e sempre adiadas”, de praticar uma “gestão financeira ruinosa que colocou o município à beira da ruptura financeira” e responsabiliza-o pelo “incumprimento generalizado das obrigações para com terceiros, em particular os agentes económicos locais, as freguesias, os agentes culturais, desportivos e sociais”.
“Com este mandato a meio, verificamos o acentuar da desorganização dos serviços municipais com consequências na qualidade da prestação de serviços à população e que foram facilitadores da situação de alegado desvio de dinheiros públicos no serviço de cobrança da água”, diz a concelhia de Évora do PCP.
A crise dos transportes escolares por ausência de pagamento atempado à rodoviária, a situação da escola dos Canaviais “com a obra parada por incumprimento” das exigências do Tribunal de Contas e o “ruinoso negócio da água, responsável por uma grossa fatia do endividamento municipal e sem desfecho à vista” são alguns dos pontos apontados pelo PCP.
No documento, a concelhia comunista classifica Évora como “um concelho sem estratégia de desenvolvimento, que foi perdendo liderança regional, reconhecimento nacional e internacional e o prestígio granjeado durante décadas como cidade de cultura”.
Se nos dois primeiros mandatos poderíamos dizer que a Cultura era o parente afastado desta gestão, neste mandato a Cultura já nem parente afastado é, com os agentes culturais em situação de ruptura e com a gestão PS sem qualquer capacidade de realização de actividades culturais de relevo”.
O PCP sublinha que a dívida da autarquia é superior a 70 milhões de euros para considerar que o saneamento financeiro “é urgente sob pena de se agravar drasticamente o já existente estrangulamento financeiro de credores locais – empresas e agentes sociais, desportivos e culturais – situação que contribui para agravar o crescente desemprego no concelho e, a manter-se, potencialmente responsável pelo risco de incumprimento das obrigações da autarquia para com os trabalhadores do município”.
“Ao não cumprir os seus compromissos com as Freguesias, devendo mais de 700 mil euros, transferindo competências sem transferir os meios financeiros acordados, a Câmara de Évora põe em causa serviços essenciais às populações como o transporte escolar e coloca as freguesias em situação financeira desesperada, muitas vezes com dificuldades ao nível do pagamento de salários”.
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