Universidade de Évora constrói máquina para apanha de azeitona

Por em 23 de Dezembro de 2011

A Universidade de Évora está a desenvolver o projecto de uma máquina de colheita em contínuo de azeitona. O equipamento, em versão pré-produção, foi apresentado no olival da Herdade da Torre das Figueiras, em Monforte, onde está a ser desenvolvida a parte experimental, e contou com a presença da Ministra da Agricultura, Assunção Cristas.
O equipamento está vocacionado para o olival intensivo, com cerca de 400 árvores por hectare, e destaca-se pela abordagem lateral feita às árvores, pelo uso do tractor agrícola como fonte de potência e pela versatilidade e adaptabilidade a qualquer exploração.
A linha de trabalho na mecanização da olivicultura teve início em 1995, quando os investigadores se começaram a aperceber do desenvolvimento do sector da olivicultura em Portugal e do seu potencial económico mas também do facto de se tratar de uma área muito deficitária em termos de tecnologia. Entre o olival tradicional, suportado essencialmente por mão-de-obra, e o olival super intensivo com uma tecnologia apurada, baseada nas máquinas de vindimar, nasce para um nicho de mercado, o projecto da Universidade de Évora: duas máquinas, simétricas, com peças em comum que abordam a linha de arvores lado a lado.
Neste momento, o projecto entra na fase de desenvolvimento de produto, fase em que as universidades e os centros de investigação já não costumam estar envolvidos. “Se houvesse financiamento para construir mais máquinas, seriam os próprios olivicultores que nos dariam o feedback, mas para isso é preciso dinheiro. Outra hipótese é vender a ideia a um grande fabricante que continue o processo” refere o professor Oliveira Peça, um dos investigadores do projecto.
“Juntar a universidade e as empresas no desenvolvimento de uma máquina inovadora demonstra que, com inovação, agregação de vontades e espírito de equipa, é possível gerar conhecimento e inovação em Portugal e a agricultura precisa disso”, diz Assunção Cristas.
A presença dos jovens estudantes de licenciatura e de mestrado da UE no terreno a operar a máquina é “um belíssimo exemplo” segundo a ministra, que “inspira, estimula e dá boas perspectivas de esperança neste sector”. “Precisamos que os jovens venham para a agricultura e ponham a mão na terra. Esta ideia de que temos um sector dinâmico e inovador que apela aos jovens é muito importante porque precisamos de fazer esta renovação no mundo da agricultura”.

Sobre Sofia Ascenso

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