Manuel Freire em Portel para Cantar a Liberdade!

Por em 20 de Fevereiro de 2013

Poemas e Canções celebram aniversário de Zeca Afonso em Portel.

Manuel Freire interpreta Poemas e Canções amanhã, sábado dia 23, pelas 21,30 horas no Auditório Municipal de Portel, com entrada gratuita.Manuel Freire é um cantor português de intervenção e será para sempre recordado como o intérprete do famoso tema “Pedra Filosofal”, inspirado no poema de António Gedeão.

 

Mas amanhã, em Portel, evocará o aniversário da morte de José Afonso, cantor que influenciou para sempre a música e a cultura portuguesas.

Vinte e seis anos após a morte de Zeca Afonso, ainda hoje é admirado não só pela sua música mas também pela sua personalidade e forma como procurou estar na vida: “Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia-a-dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for”.

Os Poemas e Canções de José Afonso, decoradas por várias gerações de portugueses, são a voz de resistência do ser português, o imaginário de um povo que durante a ditadura decorou intimamente os versos de “A Morte saiu à Rua”, ou que fez de “Grândola, Vila Morena ” o seu hino de utopia e libertação.

Poeta e Cantor de Intervenção, Manuel Freire continua também a ser uma referência na música portuguesa e um dos cantores que continua a estar ligado a temas do tempo da Revolução de Abril, que nos tempos actuais se tornam a cada dia mais presentes.

Manuel Freire, tal como Adriano Correia de Oliveira e de José Afonso, permanece como símbolo dos que fizerem uso da palavra, do poema e da canção como forma resistência e luta contra a ditadura do Estado Novo e a guerra colonial, pesadelo das novas gerações de então.

Nascido a 25 de Abril, mas de 1942, Manuel Freire chegou a estudar Engenharia, em Coimbra e no Porto, sem se licenciar. Entrou no Teatro Experimental do Porto, em 1967, aceitando um convite de Fernando Gusmão.

Entretanto estreava-se na música, com um EP que continha Dedicatória, Eles, Livre e Pedro Soldado, em 1968. O disco não escapou à censura de então, vindo a ser proibidos os temas Lutaremos meu amor, Trova, O sangue não dá flor e Trova do emigrante.

Ao mesmo tempo, fazia sucesso na televisão, no programa Zip-Zip, em 1969, ao cantar »Pedra Filosofal», poema de António Gedeão, que o popularizou.

Manuel Freire começou a relacionar-se cedo com outros cantores como Adriano Correia de Oliveira, José Afonso ou Francisco Fanhais. Nos anos 60, começa a musicar poemas de grandes poetas portugueses, como António Gedeão, José Gomes Ferreira, Fernando Assis Pacheco, Sidónio Muralha ou José Saramago. Cantor premiado e consagrado, ganhou um público fiel após o 25 de Abril, a cantar em sociedades recreativas e culturais.

E assim, amanhã, Manuel Freire continuará a dar voz às músicas de intervenção mais reconhecidas e continuamente cantadas pelo mundo fora, a Cantar a Liberdade!

Eles não sabem nem sonham

que o sonho comanda a vida

e que sempre que o homem sonha

o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos duma criança!

 

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