O regresso das feiras, festas e romarias
Terminados os festejos dos “Santos Populares” – Santo António, S. João e S. Pedro –
chegamos à época das feiras, festas e romarias, cuja origem pagã terá a sua maior marca no
solstício do verão, com o dia mais longo do ano.
Resultado da aculturação feita através dos séculos dessas festas de “origem pagã” estamos
agora em pleno verão, tempo de Feiras, Festas e Romarias, dedicadas aos padroeiros.
Ernesto Luís Alves da Veiga de Oliveira, etnólogo português que recebeu em 1984
Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora, descreve com propriedade na sua
bibliografia, tais tradições ancestrais e os seus primórdios.
Às mordomia, confraria ou comissão de ontem, juntam-se hoje as Sociedades Recreativas,
Clubes Desportivos e Associações Culturais mantendo usos e costumes doutrora.
Diz Ernesto de Oliveira que “as romarias são também ocasiões de feira; mas mesmo quando
assim não sucede, nas imediações do santuário, além dos coretos para a música, alinham-se
sempre tendinhas de doce, «comes e bebes», melancias aos montes, tascos improvisados
debaixo de qualquer árvore, com o pipo amarrado ao carro, flores de papel, louça, cestos, por
vezes especialidades ou artesanato local, bugigangas, etc.
Ceia-se, bebe-se, toma-se café, brinca-se…”
Podemos testemunhar, com uma vista de olhos às agendas e eventos do movimento
associativo e das autarquias locais, o regresso do fervilhar destas iniciativas.
O concelho de Arraiolos não fica alheio a esta realidade.
O movimento associativo, a Câmara Municipal de Arraiolos e as Juntas de Freguesia do
concelho, com uma dinâmica empreendedora, desdobram-se em múltiplos eventos capazes
de animar o verão.
Vamos à Festa, porque há uma em cada cidade, em cada vila em cada aldeia.
José Manuel Pinto
(Dirigente Associativo)
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