Aumenta preço dos solos

Por em 8 de Agosto de 2023
Solo sheep at Ledicot DR

O preço dos solos agrícolas está a subir e nalgumas localizações, como Trás-os-Montes ou Beira Interior, duplicou mesmo de valor no espaço de dois anos, de acordo com a consultora Espaço Visual, especializada em estudos e investimentos sobre desenvolvimento rural. Noutras geografias os aumentos atingem um terço do preço praticado em 2021.

Vários técnicos agrícolas contactados pelo Expresso dão conta de “variações significativas de preços” em regiões como, por exemplo, o Vale da Vilariça, entre Alfândega da Fé e Torre de Moncorvo, onde um hectare custa atualmente 21 mil euros, quando em 2021 esse valor oscilava entre 5 mil e 10 mil euros. São terras irrigadas por um sistema de barragens e depósitos, o que as torna nas mais férteis do país.

Tal como na Cova da Beira, que engloba a campina de Idanha-a-Nova, onde hoje são precisos 35 mil euros para comprar um hectare, quando há dois anos bastavam, no máximo, 15 mil euros, assegura uma fonte local ligada ao sector agrícola. E adianta ainda que mesmo em solos de minifúndio, como na Beira Interior, o preço do hectare passou dos 7500 euros para os 20 mil euros em solos com água e eletricidade. Ou no Douro Sul, que viu a terra em socalcos valorizar dos 10 mil para os 22 mil euros, conforme revelam alguns portais de comercialização de terrenos rústicos.

Consultor imobiliário rejeita que haja “especulação” e diz que o investidor “paga o que a terra pode gerar”

Já no Alentejo os valores cresceram 33% no espaço de dois anos e não há terra disponível, e aqui o preço do hectare aumentou 10 mil euros no espaço de um ano.

A escassez de terra cultivável, a chegada ao país de investidores internacionais e a ­maior rentabilidade da produção, com o aumento generalizado dos produtos agrícolas, está a incentivar, segundo os consultores agrícolas ouvidos pelo Expresso, uma “forte procura” de terrenos para cultivo.

Há dois anos um grupo de investimento internacional comprou dois mil hectares de regadio no Alentejo para um projeto frutícola. O valor pago foi de 20 mil euros por hectare.

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