Inflação sobe
A inflação na zona euro em maio subiu para 2,6%, anunciou esta terça-feira o Eurostat, o organismo de estatísticas da União Europeia (UE). Esta segunda estimativa confirmou as taxas de inflação estimadas a 31 de maio. A trajetória da inflação inverteu-se no mês passado, depois de descidas desde janeiro até um mínimo de 2,4% em março e abril.
A inflação subjacente (excluindo as componentes mais voláteis nos preços no consumidor) subiu de 2,7% em abril para 2,9% em maio, confirmando, também, as estimativas rápidas avançadas no final de maio.
A maior pressão continua a vir da inflação nos serviços, que subiu de 3,7% em abril para 4,1% em maio, fixando um máximo do ano.
No caso de Portugal, o Eurostat corrigiu ligeiramente em baixa a primeira estimativa para o Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor avançada no final de maio, que apontava para um disparo de 2,3% para 3,9%. A subida, de acordo com a nova estimativa, foi para 3,8%, depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter feito a correção na semana passada.
As estimativas publicadas esta terça-feira não alteram o quadro de análise do Banco Central Europeu (BCE), que procedeu a um primeiro corte nos juros na reunião de 6 de junho, mas sem se comprometer com uma continuação das descidas das taxas diretoras, em virtude da incerteza sobre o comportamento da inflação até final do ano.
A componente da energia nos preços no consumidor, que registou reduções de janeiro a abril, inverteu a trajetória negativa para uma subida em maio de 0,3%.
No conjunto das economias do euro, Portugal, a par com Espanha, registou, em maio, o terceiro nível de inflação mais elevado, em 3,8%, apenas abaixo da Croácia (4,3%) e da Bélgica (4,9%).
Um dos fatores inflacionistas que tem estado a preocupar o BCE é o comportamento dos salários e do custo do trabalho por hora. Os dados publicados na segunda-feira pelo Eurostat apontam para uma aceleração no primeiro trimestre de 2024 quer do aumento dos salários em geral como do custo do trabalho por hora. Depois de uma descida ao longo do ano passado, a variação dos salários aumentou de 3,2% no último trimestre de 2023 para 5,3% entre janeiro e março de 2024. No caso do custo horário, o disparo foi de 3,4% nos últimos três meses de 2023 para 5,1% no primeiro trimestre de 2024.
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