- Ciclo de Inverno
- Movimento associativo – Boas Festas!!
- PS anunciou candidatos do distrito de Évora às autárquicas 2025
- Francisco Figueira recandidato à Distrital
- Teatro Garcia de Resende com mais de 70 espetáculos para 2025
- Um orçamento para as pessoas!
- Amareleja recebe 21ª edição da Feira da Vinha e do Vinho
- OE propostas AD
- António Rosado em concerto
- Universidade de Évora formaliza adesão a Rede de Arquivos
Carnaval, custe o que custar!

O Governo decidiu não conceder tolerância de ponto na Terça-Feira de Carnaval, reeditando a decisão de Cavaco Silva em 1993 com as consequências que são conhecidas. O Governo invoca o facto que os Portugueses não entenderiam uma tolerância de ponto quando aprovou o fim de 4 feriados.
Acontece que o Governo, se tinha esta intenção, deveria ter incluído o fim desta tolerância no “pacote” negocial do fim dos feriados. Não o fazer promoveu uma decisão que vai ao arrepio de uma tradição fundamental para muitas regiões do País e rompe mais um elo de confiança com os Portugueses, em especial para quem elegeu este Governo.
Esta decisão confirma uma atitude estrutural de um Governo prepotente, que quer impor uma política do “custe o que custar”. Para o Governo tudo vale num País que vive amargurado, sem esperança no futuro, sem soluções, sem ambição. Entrámos numa fase em que de cabeça baixa seguimos, em fila indiana, aceitando todas as restrições e limitações sem nada em troca.
Um povo triste que assiste ao desmantelamento do Estado Social, sem discutir alternativas de financiamento, ao encerramento de empresas, ao multiplicar do desemprego, à destruição do capital humano indispensável para a recuperação do país. Os jovens mais qualificados abandonam o País, incentivados pelo Governo, os mais idosos ajudam os que ficam e em conjunto tentam sobreviver. Tempos cruéis, os que vivemos, que exigem novas soluções de Governação e para as quais a oposição é chamada a contribuir de forma construtiva.
Os portugueses esperam que os Políticos resolvam os problemas da Sociedade, que não os enganem, que os façam entender que os sacrifícios de hoje são benefícios de amanhã. A decisão de abolir esta tolerância de ponto no Carnaval, pretende dar a ideia de que estamos a ter mais um sacrifício em nome de um novo amanhã, mas o que de facto temos é uma decisão mal explicada, sem fundamento, que mostra o desnorte que grassa no Governo face a uma situação que é complexa.
A tese do custe o que custar não pode significar uma política de encerrar Portugal, de não deixar pedra sobre pedra! Como vamos poder reerguer este País sem uma liderança capaz, justa e equilibrada? Um Governo que nos tira o subsídio de Natal e de Férias, que nos aumenta o IVA da restauração, do Gás e da Eletricidade, que nos impõe mais taxas e mais impostos, que nos aumenta o tempo de trabalho, que encerra Tribunais Concelhios, que aumenta os transportes e nos limita o acesso à saúde, que nos tira o Carnaval e que nos está a tirar ao mais importante: a autoestima pessoal e a dignidade da vida humana, empurrando para a miséria uma parte significativa da população.
No final, não resolveremos o problema da dívida pública no prazo estipulado, podemos até controlar o défice das contas públicas, mas será que teremos ainda um Povo para ser governado? Será que depois do fracasso da Grécia teremos ainda esperança? Para onde caminha este Portugal numa Europa sem rumo e que tudo sacrifica? Até onde aguentarão os Portugueses, sem um pacto para uma nova forma de viver em Sociedade, verdadeiramente solidária e mais justa?
É tempo de refletir sobre o que verdadeiramente está em causa nesta novo mundo em contração e em transformação. É tempo para uma nova forma de fazer política dirigida para as pessoas e que tenha em conta a sua felicidade individual e coletiva.
A comemoração do Carnaval seria um bom contributo para esta felicidade e que teimosamente o Governo decidiu impedir. Mas, um dia seremos mais felizes, de novo! Custe o que custar!
0 comentários