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“Eu Marxista me confesso”

Quem me conhece sabe que sou um consumidor compulsivo de cinema, que é completamente diferente de ser um cinéfilo. A minha paixão advém dos momentos de evasão que me são proporcionados a partir do instante em que se apagam as luzes e sou transportado para ambientes, universos e sei lá mais o quê, alheando-me completamente das agruras da vida.
Ainda por cima o efeito benéfico produzido por um bom filme prolonga-se ao longo da nossa existência, nunca mais nos abandonando, como um bom amigo que sempre queremos rever, recordar ou citar, tudo isto a um preço justo e, na maioria dos casos, sem contra-indicações.
Para além da sucessão de lugares comuns que pululam no parágrafo anterior, recordo uma experiência: em meados dos anos 70, com 14 anos, vi em Albufeira, o filme/documentário Woodstock em toda a sua plenitude; isto porque, se a minha desvairada imaginação não me atraiçoa, todos os hippies de Portugal se juntaram nessa sessão histórica, em que ao contrário do outro, não fumei mas inalei, e num só filme vi todos os géneros desta Arte, desde o Musical, à Comédia, passando pelo Terror, continuando no Erótico a roçar o Pornográfico e terminando no Policial.
Existem várias referências cinematográficas que me acompanham desde sempre e que me escuso aqui de referir, correndo o risco de vos privar de uma vastíssima e, porque não, riquíssima cultura, mas nenhuma me deu tantas alegrias como os “Irmãos Marx”. Artistas de uma rara inteligência, estiveram sempre à frente do seu tempo e foram sempre uma influência decisiva de todos os comediantes que interessam, desde Woody Allen aos também míticos Monty Python. Para além de toda a filmografia, interessa conhecer a bibliografia, que proporcionam momentos únicos de verdadeiro prazer e, surpreendentemente, verdadeiras lições para a vida. Com meia dúzia das muitas citações produzidas principalmente pelo mais mediático elemento da irmandade, tornei-me muito rapidamente Marxista de uma linha que chamemos de Groucho, que ao contrário da outra do parente Karl, não só não provocou vítimas como deu uma contribuição enorme para tornar este mundo, e certamente o outro, mais divertido e se mantém espantosamente actual. Se não vejamos:
Sobre a natureza humana ensinou-me que “ Existe uma forma de descobrir se um homem é honesto – pergunta-lhe. Se te responder que sim, é porque é um patife.”
Acerca da política antecipou a actuação do anterior governo quando disse: “A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los em todos os lados, diagnosticá-los incorrectamente e aplicar as piores soluções”.
E para além de sempre ter uma citação para me pôr no meu lugar, deu-me uma receita infalível para a felicidade: “Eu, e não os acontecimentos, têm o poder de me fazer sentir feliz ou infeliz hoje. Eu posso escolher como é que quero estar. O ontem está morto, o amanhã, ainda não chegou. Eu tenho apenas este dia, o de hoje, e vou ser feliz enquanto este decorrer.”
Por tudo isto eu Marxista me confesso…
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