“Eu político me confesso”

Por em 12 de Outubro de 2012

Neste momento em que os políticos são tão atacados por todos os lados, quadrantes, esquinas e grupelhos, vem-me sempre à memória a história do camarada Fidel, que numa conversa com uma perigosa contra-revolucionária, a aconselhava a que fizesse como ele, Presidente Fidel – não se “metesse” na política que só lhe poderia trazer desgostos e aborrecimentos.

Resta acrescentar que esta perigosa contra-revolucionária era sua filha e, mais surpreendentemente, ele estava carregado de razão; que o digam os milhões de Cubanos submetidos a tão cruel destino. Em oposição a isto declaro-me um impenitente político, sem qualquer necessidade de adjectivação do tipo: sou político mas dos sérios, ou dos honestos, ou dos competentes, ou dos amigos do ambiente, ou qualquer outra alarvidade.

Eu sou simplesmente um político (até dispenso a maiúscula), apenas com uma capacidade de debitar “cavalidades” acima do normal (uma redundância para quem tem a paciência de me ler), e um direito à indignação quase tão grande como o ego do Dr. Francisco Louçã.

Sem mais demoras passo apenas a exprimir a minha mais profunda revolta pelas seguintes situações, consequência do desnorte, incompetência, despropósito, falta de vergonha e, porque não dizê-lo, falta de amor pelo próximo e, mais grave ainda, pela ética republicana deste (des)Governo, que pelo que a seguir exponho me parece totalmente socialista, e nem sequer vou falar de política fiscal.

1ª Situação – O Governo pediu um parecer ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, e este emite uma coisa perfeitamente leninista, interpretando fielmente a máxima do pensador comunista: “É verdade que a liberdade é preciosa – tão preciosa que precisa de ser racionada.”. Se o fazemos com a liberdade, bem mais precioso, porque não com seringas ou medicamentos… A esquerda mais à extrema bufa, mas sem razão como se vê, pelo menos neste caso, quando reclamamos a actualidade de certos pensadores.

2ª Situação – O Dr. António Borges, um sinistro Ministro Sombra, encarnação de todos os males, desde belzebu a membro do FMI, chama ignorantes aos empresários, voltando mais uma vez a confirmar, como se fosse necessário, a deriva esquerdista desta gente. Chamar nomes a empresários é um exclusivo da esquerda bem pensante como toda a gente sabe, tal como cheirar bem dos sovacos, e revelar uma potência sexual muito acima da média.

3ª Situação – A cereja em cima do bolo, o Sr. Presidente da República trata mal a nossa bandeira nas cerimónias do 5 de Outubro, ainda por cima o último, segundo as previsões de notáveis comentadores da nossa praça. Mais outro baluarte da esquerda corrompido pelo inimaginável atrevimento de quem se calhar nunca fabricou um cocktail Molotov, deu vivas à ETA ou apedrejou um polícia neste triste País.

Pois é, sou um político, e com muito gosto…

 

Sobre Luís Pedro Dargent

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