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Há pontos finais assim, precisam de muita força para acontecerem

A confusão está instalada e o governo, que caminhava em marcha de passeio para a sua morte, começou já a correr no sentido do fecho do “estabelecimento”. As manifestações do último sábado foram uma demonstração clara de que esta gente perdeu tudo, incluindo a capacidade de iludir os mais distraídos e de convencer os mais pacientes.
A generalidade das intervenções públicas realizadas após o dia 15 de Setembro, vão no sentido de aconselhar os partidos do governo a comunicar melhor e a explicar com mais eficácia as desgraçadas medidas anunciadas.
Estes aflitos comentadores e especialistas ou não perceberam nada do que se passou ou estão deliberadamente a fazer um especial favor a quem lhes paga pela opinião.
Não vi ninguém nas ruas a exigir explicações, nem a pedir que o ministro das finanças falasse mais depressa. As exigências eram claríssimas. Pôr fim a esta política, devolver a vida às pessoas e que o governo fizesse o único gesto inteligente que lhe resta: a demissão.
Todas aquelas pessoas quiseram dizer basta e fizeram-no de forma inequívoca, sem necessidade de mais explicações. Usando a linguagem da moda podemos dizer que foram de uma “eficácia comunicacional” a toda a prova.
Após esta demonstração de vontade, os membros do governo parecem baratas tontas a tentar convencer-nos que afinal não irá ser tão mau como se pinta, que há uma “modelação” a fazer para proteger os mais desfavorecidos e que na apresentação do orçamento de estado logo se vê. Como já ninguém vai nesta conversa, colocaram em execução o velho e relho “plano B”. A chantagem pura e dura. Começaram os anúncios de “nós ou o caos”, de “se acontecer uma crise política a troika não manda mais dinheiro e não há salários nem pensões” ou ainda o até aqui sempre eficaz “não há outro caminho”.
Na minha opinião, acreditar que nas actuais condições o medo ainda funciona é pura cegueira política. O medo deixa de funcionar na mesma medida em que a comparação entre a ameaça e a realidade se vai diluindo.
Ameaçar com o caos quem vive situações pessoais e familiares dramáticas e caóticas é como ameaçar com chicotadas alguém que já está a ser chicoteado.
Ameaçar alguém que fica paulatinamente sem salário com a possibilidade de ficar sem ele é como ameaçar fechar uma porta que já está fechada.
Afirmar que não há outro caminho quando este leva ao abismo é como dar a escolher entre a espada e a… espada.
Claro que é preciso intensificar a luta, dar-lhe consistência diária e torná-la consequente. Claro que não basta o murro na mesa, é necessário virá-la do avesso e apontar o outro caminho.
Se não o fizermos continuaremos a ter o caos, o roubo nos salários e o cego caminho para o abismo.
A corda está esticada e o lado de lá já percebeu que se não aliviar a pressão é o seu fim. Compete a todos os que gritaram na rua que “está na hora do governo se ir embora”, manter a pressão e obrigar ao cumprimento dessa higiénica exigência. Quando digo todos incluo aqueles que de tarde entoaram o slogan e há noite ouviram o secretário-geral do seu partido pugnar pela “estabilidade política” e pelo objectivo de levar a legislatura até ao fim. Certamente que concordarão comigo que se o preço a pagar pela estabilidade política é este feroz ataque aos trabalhadores e esta profunda instabilidade social, venha de lá então essa instabilidade política.
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