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Mentalidade global para uma nova geração

Há umas semanas atrás, um Secretário de Estado deste governo, no âmbito de uma visita ao Brasil, foi crucificado pelos media e comentadores de serviço por dizer algo que devia ser óbvio: um dos desafios para a nova geração de portugueses que começam hoje a sua vida profissional será consolidarem uma visão e uma mentalidade global, que lhes permita ter sucesso em contextos profissionais internacionais – e, na eventualidade do desemprego por cá, agarrarem oportunidades lá fora.
Longe de ser um apelo à emigração, como algumas mentes mais desatentas perceberam, que este governante defendeu foi a importância de uma nova forma de estar (i.e. a atitude) e novas competências que são necessárias para o sucesso num ambiente de globalização imparável e cada vez mais acelerado (i.e. as condições pessoais prévias de cada um).
A nova forma de estar pressupõe que os jovens profissionais estejam predispostos até entusiasmados em saírem da sua zona de conforto geográfica e assumirem desafios que os estimulem, valorizem e realizem em termos pessoais. Em estarem abertos à mudança e serem tolerantes ao risco e ao imprevisto. Temos hoje milhares de exemplos, como engenheiros civis a seguirem para África, auditores e gestores financeiros para o Brasil, dentistas para Inglaterra ou técnicos e administrativos para o Dubai. Esta capacidade de adaptação à mudança, vontade de aprender e a flexibilidade inerente são essenciais para vencer.
Depois, vêm as competências. O conhecimento de línguas é cada vez mais essencial e aqui o inglês e o espanhol serão obrigatórias. A resiliência e a capacidade de gerir ambientes multiculturais e a diversidade de hábitos e rotinas é cada vez mais valorizada.
Tudo isto não é novidade, está no ADN do português desde a diáspora dos Descobrimentos do século XVI. A mudança de uma mentalidade nacional, regional ou local para uma mentalidade global, plena de flexibilidade e capacidade de adaptação, será pois necessária para profissionais das mais diversas áreas, idades ou graus de qualificação. É importante, pois, que em contextos familiares, escolares, académicos ou profissionais, se comecem a preparar estas atitudes e reforçar estas competências nesta nova geração de jovens portugueses.
Não estou obviamente a defender uma fuga de cérebros que empobreça o país em termos do tão valorizado capital humano. Muitos destes projectos não são compromissos de saída para toda a vida, muitas vezes serão projectos pessoais de 2 ou 3 anos que, sublinho, enriquecerão quem os assumir e quem os vencer. E que quem regressar venha com capital, conhecimento e energia reforçados para investir. Claro que Portugal também terá de construir as suas condições de atractividade…mas isso já será outra questão, e bem mais complexa. Fica para uma próxima reflexão.
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