O baile da pinha
O baile da pinha
A vida associativa é um fator determinante na dinâmica das comunidades e na preservação de
usos e costumes.
Entre as tradições enraizadas no nosso país, o “baile da pinha” ocupa lugar de destaque entre
as que sobreviveram pela ação do movimento associativo, nomeadamente, das sociedades
recreativas.
O “Baile da Pinha” tinha lugar na terceira semana da Quaresma, com ligação inequívoca a
manifestações pagãs, ao espírito cristão e às festividades que sobreviveram a séculos de
história, objeto de cristianização de situações pré-existentes na comunidades.
Este baile tem na coroação de um rei e uma rainha, o par que, puxando uma das fitas ganha
esse título, que constitui o momento mais aguardado do evento.
Com diferenças de terra para terra, é comum a presença da pinha com pombos no seu interior,
das fitas dependuradas, a decoração cuidada da sociedade, bem como a alegria e emoção dos
participantes.
Com pequenas alterações, são usuais nestas iniciativas a contra dança, as coroas dos reis e o
obsequiar das pessoas com escarchado e bolos oferecidos pelas raparigas solteiras.
Momento de festa preservado por influência de associações por todo o país, vemos ressurgir
esta tradição em muitas das nossas aldeias e vilas, sinal de vivacidade das comunidades.
A longa história desta atividade cíclica é parte integrante da nossa cultura e um traço identitário
claro, baseado em festividades vindas do passado, reinventadas e adaptadas aos nossos dias,
sem perder de vista traços originais e temporais.
José Manuel Pinto ( Dirigente Associativo)
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