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O nosso Fado!

No passado Domingo a UNESCO reconheceu o Fado como Património da Humanidade. Um orgulho para todos os Portugueses e uma vitória para todos os que trabalharam nesta candidatura.
Este estilo musical, único no Mundo, protagonizado por vozes de ouro que têm divulgado a nossa Cultura pelos seus quatros cantos. Durante a ditadura de Salazar era o nosso refúgio, com Amália Rodrigues, a par do futebol com Eusébio, numa vivência miserável e triste de um povo esmagado, sem direitos e esquecido neste rectângulo da Europa.
Pelas agruras da vida dos Portugueses o Fado era associado à tristeza, quando na verdade traduz alegria e força de vencer. Simbolicamente o Fado ascende à condição de Estrela mundial, numa semana também ela de grande tristeza.
Domingo cantou-se o Fado, quando a semana foi marcada por episódios de grande gravidade na Europa: a Itália, logo após a tomada de posse do novo Primeiro-ministro, liderando um Governo de Tecnocratas, viu as taxas de juro subir acima dos 8%; a Espanha, após a vitória retumbante do Partido Popular, já discute a possibilidade de um resgate internacional; a Alemanha não conseguiu colocar toda a sua emissão de dívida, provando do veneno que ela própria tem criado. Infelizmente para nós este momento de grande alegria de elevação do Fado de Portugal a Património da Humanidade coincide com o momento mais negro da História da Europa no período pós 2ª Guerra Mundial.
É um outro Fado! Este destino de conflito que nos persegue ciclicamente, está mais perto do que nunca. Com a recente ameaça dos Mercados sobre as diversas economias, incluindo a França e a Alemanha, está criado um ambiente fortíssimo de destruição do Euro e da desagregação da União Europeia. Apenas um milagre nas próximas semanas nos livrará deste desastre.
Estamos num labirinto, reféns de nós próprios, manietados e sem soluções à vista. A Tecnocracia nos Governos da Europa que agora se defende não está nem vai resultar. Veja-se a Itália e olhe-se para Portugal, ao fim de 5 meses de Governo.
A solução só pode ser política e protagonizada por grandes Estadistas, que não temos, para mal dos nossos pecados! Este é o nosso maior problema. Sem líderes com coragem de abraçar uma causa comum contra a lógica especulativa dos mercados, estamos condenados ao definhamento e à insignificância da Europa no contexto internacional.
Em Portugal o nosso Governo aceitou sem pestanejar uma total submissão às teses loucas de Angela Merkel. Pedro Passos Coelho ainda acredita nas propostas desta Senhora e com esta candura os Portugueses tomam doses diárias de cápsulas de óleo fígado de bacalhau.
Este caminho é do empobrecimento total sem qualquer esperança de recuperação, num ciclo vicioso de austeridade.
Merkel e Sarkosy a cada encontro a dois inventam mais umas regras inconsequentes, fugindo da emissão de moeda pelo Banco Central Europeu ou dos Euro Bonds.
Este “casal” não quer entender que o está em causa é o projecto Europeu, é a unidade da Europa, é a manutenção da paz. Infelizmente as eleições na França e na Alemanha já não virão a tempo para ajudar toda a Europa. Este é o triste Fado da Europa, este é o triste Fado de Portugal e dos Portugueses.
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