Sónia Ramos

Por em 30 de Outubro de 2023
DR

Obras de Santa Engrácia

Tomámos conhecimento do atraso anunciado nas obras de construção do novo
Hospital Central do Alentejo. Não sendo surpreendente, porque já é timbre deste
governo a derrapagem nas grandes obras públicas, não deixamos por isso de ficar
preocupados.
Há um ano atrás, a construção do Hospital Central do Alentejo, que havia arrancado
em 2021 era a mais atrasada de todas as grandes obras públicas em curso: só
havia executado 3% dos €40 milhões aprovados pelo Alentejo 2020. E tanto assim
é, que o Orçamento do Estado para 2022 previa investir €54 milhões no Hospital
Central do Alentejo e apenas surgiram €2 milhões para esta obra na atualização do
quadro de investimentos plurianuais estruturantes que o Ministério das Finanças
submeteu ao Parlamento, a 31 de agosto de 2022.
Em 4 de novembro de 2022, o Ministério da Saúde, respondia à pergunta n.º
638/XV/1, de 29 de setembro de 2022, efetuada pelo Grupo Parlamentar do PSD,
por mim subscrita, sobre esta matéria, afirmando à data que a obra estaria
concluída até final de 2023 e que, apenas a “alteração das circunstâncias”, além da
já conhecida guerra na Ucrânia, poderia condicionar o alcance desse objetivo.
Ora, também sabemos a esta data, que o Edil do Município de Évora já se
manifestou no sentido de ter sido informado do adiamento da obra para o final de
2024, tendo a Presidente da ARS do Alentejo proferido afirmações no mesmo
sentido. Parece que a obra se encontra na ordem dos 20% de execução, o que nos
leva a questionar se no final do próximo ano estará, afinal, concluída.
Ademais, permanece a dúvida se as verbas constantes no protocolo assinado entre
o Município de Évora e o governo para a construção das infraestruturas –
acessibilidades e rede de saneamento – são suficientes, uma vez que corresponde a
metade do montante necessário.
Por outro lado, é sabido que continuam por fazer as expropriações e a tomada de
posse de terrenos privados onde serão construidas as acessibilidades e sem tal ato
administrativo, mostra-se impraticável, naturalmente, o início das obras das
acessibilidades ao futuro Hospital.
Ou seja, como sempre dissemos, o governo está a construir uma ilha, inacessível
aos utentes, tendo começado “a casa pelo telhado”.
E por isso, o Grupo Parlamentar do PSD quer saber, e perguntou ao Ministro da Saúde:

  1. Confirma-se o adiamento da obra do Hospital Central do Alentejo para o fim de 2024?
  2. Tal prazo é exequível?
  3. Quais os motivos para tal adiamento?
  4. Tenciona proceder-se à atualização das verbas constantes no protocolo assinado com o
    Município de Évora para a construção das infraestruturas e rede de saneamento, face à
    inflação e ao aumento de preços?
  5. Qual o ponto de situação no que se refere às expropriações a efetuar com vista à
    construção das acessibilidades?
  6. Qual a verba destinada para o efeito?
  7. E qual a sua proveniência?
  8. Já foi encetado o indispensável diálogo com os proprietários respetivos?
  9. No que respeita à aquisição de equipamentos, qual a fonte de financiamento e o
    montante previsível?
  10. Que estratégia de atração de profissionais de saúde está a ser preparada, considerando
    a escassez atual de recursos humanos no HESE?
    Sim. Queremos saber. E o ministro tem o dever de informar.
    Sónia Ramos

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