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Economia e imigrantes
O peso dos estrangeiros no mercado de trabalho em Portugal tem disparado nos últimos anos, enquanto os salários têm subido e o desempenho da economia superado as expectativas. Os especialistas ouvidos pelo Expresso não veem qualquer impacto negativo da entrada de imigrantes nas contas nacionais, apesar de existirem algumas áreas cinzentas para as quais os números ainda não têm resposta.
“O que os estudos mostram é que em primeiro lugar, para os trabalhadores cujas qualificações não são substituídas pelos imigrantes, o efeito é positivo. Acontece muito na construção ou na agricultura, existem qualificações complementares”, começa por explicar ao Expresso João Cerejeira, economista e professor na Universidade do Minho. Mas “onde pode haver um efeito negativo é quando as qualificações e as funções são semelhantes e, aqui, os salários podem não subir tanto como deviam. Aí os estudos não são tão claros”.
Um estudo do CEPR (Centro de Pesquisa de Política Económica) mostra que por cada aumento de 1% dos estrangeiros a trabalhar nos países europeus existe uma redução de 0,8% de emprego dos locais, no curto-prazo. Mas este impacto vai sendo absorvido pelo mercado no longo prazo e pode mesmo ser invertido, consoante o nível de escolaridade de quem chega. Ou seja, imigrantes com elevadas qualificações não só não provocam qualquer aumento de desemprego dos nativos quando chegam, como promovem um aumento da força laboral no ativo em mais de 0,5% na década seguinte.
David Card, vencedor do Nobel das ciências económicas em 2021, estudou o caso concreto do impacto da imigração cubana nos anos 80, o chamado êxodo de Mariel, na economia de Miami. No espaço de poucos meses, atracaram no porto daquela cidade norte-americana mais de 125 mil cubanos, a maioria pouco qualificados. O economista concluiu que o mercado acabou por absorver a entrada destes Marielitos, como ficaram conhecidos, e não só a força de trabalho aumentou (7%), como não houve qualquer impacto nos salários dos nativos daquela região.
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