Mão de obra – agricultura
Antes da pandemia, em 2019, o país tinha 6% de trabalhadores estrangeiros. Em quatro anos, o peso saltou para 13%, segundo dados do Banco de Portugal. Todos os grandes sectores da economia viram o peso da mão de obra imigrante duplicar entre 2019 e 2023. Na agricultura e nas pescas, por exemplo, 41% dos trabalhadores são estrangeiros; nos hotéis e restaurantes são quase um terço (31%); e na construção cerca de um quarto (23%). Estas atividades estão entre as que mais dependem da imigração para funcionarem e, com o verão à porta, são das que mais precisam de recrutar nos próximos meses. Por isso, a obrigatoriedade de os cidadãos de países terceiros obterem um visto de trabalho junto dos consulados de origem para virem para Portugal levanta algumas preocupações no recrutamento de curto prazo.
“Neste momento, os consulados não estarão ainda preparados para dar resposta às necessidades de contratação das empresas. Como é que vamos contratar entretanto?”, questiona o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal. João Vieira Lopes considera que o Plano de Ação para as Migrações, apresentado esta semana, aborda, transversalmente, “os principais desafios” inerentes à imigração. Contudo, recorda que o Executivo “revogou o mecanismo de manifestação de interesse com carácter imediato, numa altura em que se aproxima a época de verão, com forte atividade económica, e que muitos sectores, como a agricultura, o turismo, mas também os serviços, param sem mão de obra imigrante”
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