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Boa Boca alia “design” a produtos tradicionais da gastronomia portuguesa

Porque não existe nenhuma lei que obrigue os produtos tradicionais a serem embrulhados em papel pardo, a Boa Boca lançou em 2006 um conceito inovador em Portugal: “Food+Design”. “Fomos pioneiros nesta área específica”, recorda Inês Varejão, formada em Agronomia e um dos rostos do projeto. O outro é António Policarpo, designer. São os dois alentejanos. Mas foi no Porto que estudaram e se conheceram. A história de amor foi acompanhada por outra paixão: o design associado a produtos gourmet.
“A nossa ideia foi pegar nos produtos portugueses, adorná-los, dar-lhe uma embalagem diferente valorizando a sua imagem”, diz António. O primeiro passo, em 2004, foi a abertura de uma loja gourmet no centro histórico de Évora onde a variedade de artigos – dos chocolates à garrafeira – foi “embrulhada” num espaço visualmente apelativo e com iniciativas como jantares temáticos ou cursos de chá.
“Não queríamos viver numa grande cidade e então entrámos esta aventura em Évora, uma cidade que nos oferece qualidade de vida”, explica António Policarpo. A loja, com uma forte componente de design, começou desde logo a dar nas vistas, conquistando prémios de comércio. Mas os sócios queriam mais: “Como estratégia de negócio uma lojinha não chega”.
É assim que, em 2006, o conceito evolui para o “packaging design” [desenho de embalagens] associados a produtos alimentares da melhores tradição portuguesa. Primeiro foram os chocolates – “o cacau vem de São Tomé mas o produto é trabalhado em Portugal” – depois os biscoitos feitos segundo receitas antigas do Alentejo (de açúcar, azeite, canela ou limão) e com eles a aposta num nicho de mercado onde se recorrem aos saberes antigos para oferecer produtos alimentares artesanais portugueses “da mais alta qualidade, desenvolvendo embalagens atrativas e cuidadas que surpreendem pelo estilo e design ousados”.
São produtos próprios comercializados do Minho ao Algarve através da marca “Feito à Mão”, especificamente criada pelo Boa Boca. Nuns casos a empresa limita-se a fazer o “packaging” e a promoção de alguns produtos, como é o caso da Tryu – uma caixa original em forma triangular onde é colocado vinho alentejano de qualidade. Noutros, são criados produtos originais. Entre estes destaca-se a caixa Happy formada por seis bombons artesanais com sabor a pastel de nata, café com cheirinho, caramelo, gengibre, azeite e vinho do Porto.
Também os licores tradicionais fazem sucesso. São produzidos de forma artesanal, seguindo o método de de infusão de frutos e plantas em álcool. E aos de poejo e ginja, mais comuns, juntam-se os de bolota, frutos do bosque ou medronho e mel.
“Há produtos fantásticos através dos quais temos desenvolvido a marca e nos quais queremos continuar a apostar, diversificando a oferta”, sublinha António Policarpo, garantindo que a aposta em produtos inovadores associados ao “design” está também a conquistar clientes em várias partes do mundo onde a empresa está presente, como a Alemanha. França, Dinamarca ou Espanha. Dentro em breve estará também no Brasil.
Para a Boa Boca exportar é uma aposta decisiva. “Temos vindo a evoluir mas se não fosse a crise estávamos melhor pois ainda dependemos muito do mercado nacional e a internacionalização demora muito tempo a fazer”, diz Inês Varejão, classificando o cliente-tipo da empresa em dois grupos: um “público” urbano sensível ao “design” mas também as pessoas que têm na memória os sabores tradicionais portugueses. “É um cliente que gosta de coisas boas, não necessariamente caras, com sensibilidade para a imagem, para a marca, e que têm orgulho no que se faz em Portugal”.
A empresa mantém aberta uma loja em Évora, agora instalada no Largo das Portas de Moura, com vista para a Sé, com toda a gama de produtos da marca.
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