Empresas e Universidades debatem tecnologias e mercados

Por em 6 de Julho de 2012

Seguindo a linha de congressos anteriores – 2005 (Guaraparí, Brasil), 2008 (Carrara, Itália) e 2010 (Alicante, Espanha) -, a edição 2012 do GLOBAL STONE CONGRESS pretende cobrir uma larga gama de tópicos, com comunicações de profissionais ligados à Pedra Natural em empresas, universidades e centros de investigação.

Luís Guerra Rosa, professor do Instituto Superior Técnico e presidente da Comissão Científica do Congresso que se realiza em Borba, Vila Viçosa e Estremoz de 16 a 20 de Julho, relaciona na nota de boas-vindas mercados e desenvolvimento tecnológico. «Como seria de esperar, o desenvolvimento técnico e a competição dos mercados conduzem progressivamente a indústria da pedra natural para cada vez maiores graus de sofisticação. Existem muitos exemplos nos quais a indústria da pedra utiliza a mais moderna tecnologia. Uma melhor disseminação destes exemplos contribuirá para que o sector da pedra suba no ranking industrial no que respeita ao critério da intensidade tecnológica», pode ler-se na nota assinada por Luís Guerra Rosa.

Alemanha, Austrália, Brasil, Croácia, Egipto, Eslovénia, Espanha, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Japão, Portugal, Reino Unido, Roménia e Turquia são os países que se fazem representar nos trabalhos do Global Stone Congress 2012, iniciativa organizada pela Associação ValorPedra que surge num momento em que a indústria portuguesa da pedra natural está focada na internacionalização.

Segundo a organização, o Congresso será itinerante entre Borba, Vila Viçosa e Estremoz. No primeiro dia, as sessões decorrerão nas instalações do Cevalor- Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais, em Borba. No dia seguinte, o palco escolhido para apresentação das comunicações será o cine-teatro Florbela Espanca (Vila Viçosa) e do dia 18 as sessões estão agendadas para o cine-teatro Bernardim Ribeiro (Estremoz). As Câmaras Municipais de Borba, Vila Viçosa e Estremoz estão envolvidas na organização e apoiam a parte social do evento, que conta igualmente com o apoio de unidades hoteleiras de referência.

Filipe Palma, dirigente da ValorPedra e presidente do Global Stone Congress 2012, assegura que a edição deste ano será distinta pelo conceito. «Pretendemos e estamos empenhados em fundir a realidade das rochas ornamentais e industriais com o contexto social e o turismo. Para este desígnio, o GLOBAL STONE CONGRESS 2012 será itinerante entre algumas localidades no Alentejo: Borba, Estremoz, Vila Viçosa e Évora, e ainda haverá um dia em que se farão visitas a fabricas, pedreiras e monumentos noutras regiões de Portugal. O Congresso aliará a sua vertente científica e tecnológica de elevada qualidade, a uma forte promoção da Pedra Natural (com visitas técnicas) e promoção do turismo, gastronomia, e cultura das regiões onde se realizará», disse.

«A escolha do Alentejo, além de oferecer (como noutras regiões) condições excelentes para atracção de participantes, deveu-se ao facto do Centro Tecnológico da Pedra Natural – CEVALOR e a VALORPEDRA estarem sediadas em Borba e aqui existirem infra-estruturas adequadas. Outro factor de relevância, foi o apoio do INALENTEJO, desde o primeiro momento à concretização deste evento em Portugal», explica o presidente do Congresso.

O Cluster da Pedra, reconhecido em 2008, aponta a uma estratégia de internacionalização, sustentabilidade e competitividade, enquadrada na mobilização e cooperação de todos os actores do Cluster em Portugal. «O futuro da Pedra Natural será o de continuação da sua actuação diversificada nos Mercados Internacionais, aproveitando o know-how dos recursos humanos, a qualidade da nossa pedra e o apetrechamento tecnológico das nossas Empresas, que são a nível Europeu as mais evoluídas neste campo. Este é o caminho e olhando para as estatísticas (em que de ano para ano, o Sector da Pedra Natural tem sido o que regista mais crescimento em comercio externo), é o caminho de sucesso», refere Filipe Palma.

A organização do Congresso está a cargo da VALORPEDRA e integra ainda: ANIET- Associação Nacional da Industria Extractiva e Transformadora; ABI ROCHAS- Associação Brasileira da Industria das Rochas Ornamentais; ASSIMAGRA – Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins; CM Borba; CETEM – Centro de Tecnologia Mineral do Brasil; CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais; DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia; IST – Instituto Superior Técnico; UE – Universidade de Évora; e UNL – Universidade Nova de Lisboa.

Tendo em conta que a principal missão da VALORPEDRA é assegurar a dinamização e gestão das actividades do Cluster da Pedra Natural, o passo seguinte passa pela aproximação do sector responsável por 1,5 por cento das exportações portuguesas a um novo desafio competitivo – diferenciação de produtos e aposta em nichos de marcado. A pedra ornamental em Portugal enfrenta uma forte concorrência a nível mundial, estando obrigada a enfrentar preços e processos produtivos mais baratos em países como a China e a Índia. É, pois, necessário aliar o design e a arquitectura à pedra natural, apresentando um produto final com valor acrescentado. O sector pode aspirar a um crescimento de 5 por cento até 2015.

StonePT – um produto, uma marca

A Pedra Natural é um recurso abundante em Portugal. A inexistência de um reconhecimento formal que ateste a sua reconhecida qualidade levou à criação da StonePT – Marca da Pedra Portuguesa. O objectivo é certificar o produto Pedra Natural, com vista à internacionalização de uma Marca Portuguesa reconhecida. «Estamos empenhados em conseguir certificar a origem portuguesa da Pedra Natural, através da atribuição de Denominação de Origem Controlada, sendo a primeira experiência a nível mundial. A Marca STONE PT, que já se encontra construída e a ser

implementada nas empresas, e que além de certificar a qualidade da pedra e processos, irá certamente reforçar a imagem internacional do sector», explica Filipe Palma.

A StonePT tem assim como principal missão promover e credibilizar as suas marcas, nacional e internacionalmente, bem como todas as empresas a elas associadas.

Para além da componente técnica de aumento de credibilidade através do controlo e da aplicação técnica, a marca de pedra portuguesa pretende aumentar a percepção de qualidade e credibilidade do sector da extracção e transformação de pedra natural português para além de divulgar a imagem da pedra portuguesa pelo mundo.

O Sector da Pedra Natural está dividido em dois sub-sectores: Rochas Ornamentais e Rochas Industriais. Do primeiro subsector fazem parte empresas de extracção de Mármores e outras Rochas Calcárias com menor grau de cristalização, Granito e outras Rochas Siliciosas, e Pedras Xistosas, empresas de transformação, que procedem ao trabalho da pedra e empresas que integram os dois processos, extracção e transformação, utilizando como inputs blocos das próprias pedreiras e/ou adquiridos no mercado. No segundo, o das Rochas Industriais, entram as empresas de extracção e transformação de Calcários e Granitos, uma vez que o output final exige sempre transformação.

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