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FEA aposta em vinhos e azeites enquanto investe em projectos solidários

É provável que nem mesmo Vasco Maria Eugénio de Almeida, conde de Vilalva, sonhasse que o seu legado fosse semente capaz de gerar tantos frutos. Criada em 1963, a Fundação Eugénio de Almeida (FEA) gere hoje um património agrícola a “perder em vista” em cerca de 6500 hectares, factura mais de 15 milhões de euros por ano, exporta vinhos e azeites para diversos países e aplica boa parte das receitas em projectos de solidariedade social e cultura.
“É um legado que não se perdeu, muito pelo contrário. Todos os anos o procuramos valorizar e desenvolver”, diz Luís Rosado, director-geral da FEA, garantindo ser “muito diferente” gerir uma instituição de utilidade pública ou uma empresa: “Aqui temos a noção clara de que este património não nos pertence. É património da comunidade e a nós cabe-nos contribuir para que o sonho do fundador se cumpra todos os dias”.
Preocupações de quem tem de colocar a “casa” a produzir para dessa forma gerar receitas que permitam investir em projectos de responsabilidade social. “Está consignado nos estatutos [da FEA] que a nossa missão se concretiza nos domínios cultural, social, assistencial e espiritual para o desenvolvimento da região de Évora”.
Nos 6 mil hectares explorados directamente pela fundação (os restantes 500 encontram-se arrendados) aposta-se em diversificar actividades desenvolvendo as culturas de acordo com as aptidões de cada propriedade. Assim, há zonas onde predominam os montados mediterrânicos típicos, com azinheiras e sobreiros, cujo terreno é aproveitado para semear pastos e manter um efectivo pecuário de mil vacas e 2600 ovelhas.
Noutros locais, já beneficiados pelo regadio de Alqueva, fizeram-se investimentos para intensificar a produção agrícola em sectores como o olival (cerca de 300 hectares de olivais intensivos), milho (200 hectares) e tomate para indústria, cultura lançada este ano em parceria com uma empresa espanhola. No próximo ano será a vez de “experimentar” a plantação de papoilas destinadas à indústria farmacêutica.
Não sendo a cultura que mais espaço ocupa, é no entanto o vinho que mais representa em termos de receitas, contribuindo para 75 a 80% do total de facturação e com as exportações a ganharem peso de ano para ano. “Iremos fechar 2011 com um volume de exportação que corresponderá a mais de 30% da produção”, diz Luís Rosado.
Os vinhos Eugénio de Almeida estão hoje presentes em 17 países, com maiores concentrações no Brasil e em Angola. “Há um relacionamento mais fácil com estes mercados não só pela língua como pelo conhecimento que têm da realidade portuguesa. É mais difícil trabalhar noutros mercados, onde a FEA não é reconhecida porque também não são reconhecidos os produtos portugueses como sendo de qualidade”. Ainda assim, do Alentejo partem encomendas para os Estados Unidos, diversos países europeus, Canadá, Macau e até para a China, embora “em quantidade diminuta”.
Falar dos vinhos Eugénio de Almeida é falar das duas marcas mais reconhecidas da “casa”: Cartuxa e Pêra-Manca (o topo de gama). Reza a história que a tradição do Pêra-Manca remonta à Idade Média, tendo os vinhos seguido nas naus de Pedro Álvares Cabral rumo à descoberta do Brasil. Depois de ter obtido grande projecção internacional em finais do século XIX, a marca acabou por desaparecer, sendo recuperada em 1990 pelo enólogo Colaço do Rosário.
“É um vinho de topo, feito sempre a partir das mesmas castas e dos mesmos talhões”, refere Luís Rosado, acrescentando que a FEA só “elege colheitas Pêra-Manca nos anos em que é possível fazer vinho de excelente qualidade”. Foi assim em 2008, cujas garrafas chegarão ao mercado na Primavera de 2012. Cada uma deverá custar mais de 100 euros.
No azeite a aposta passa igualmente por produtos de qualidade superior, tendo sido construído um lagar para garantir o controlo de todo processo produtivo. “Este ano a exportação de azeite embalado vai ser superior às vendas para o mercado nacional”, revela o director-geral da FEA, explicando o sucesso empresarial com a diversificação de actividades e a permanente disponibilidade para investir em novos desafios.
Cartuxa lança dois novos espumantes
A Fundação Eugénio de Almeida – Adega Cartuxa, acaba de colocar no mercado dois novos vinhos espumantes, o Cartuxa Reserva Bruto 2008 e Cartuxa Rosé Bruto 2010.
Produzido a partir de uvas rigorosamente selecionadas e colhidas no estado ideal de maturação, o Cartuxa Reserva Bruto 2008 fermentou a temperatura controlada em barricas de carvalho francês e fez um primeiro estágio sobre borra fina durante 6 meses com batônnage periódica. A fermentação em garrafa, pelo método clássico, foi seguida de estágio sobre borra e batônnages intercalares durante 36 meses, nas caves do Convento da Cartuxa.
O Cartuxa Rosé Bruto 2010, fermentou em depósito de aço inox, com temperatura controlada, após ligeira maceração a frio. Depois de um primeiro estágio sobre borra fina durante 6 meses com batônnage periódica, o vinho fermentou em garrafa, pelo método clássico, e efetuou um segundo estágio sobre borra e batônnages intercalares durante 12 meses, nas caves do Convento da Cartuxa.
A Fundação Eugénio de Almeida é herdeira de uma longa história no sector vitivinícola, com a cultura da vinha a fazer parte da tradição produtiva da Casa Agrícola Eugénio de Almeida desde o final do Séc. XIX.
As uvas que atualmente resultam da produção obtida nos 600 hectares de vinha explorada, são vinificadas na moderna e sofisticada Adega Cartuxa – Monte Pinheiros, herdade que outrora foi centro de lavoura da Fundação Eugénio de Almeida. A Adega Cartuxa – Quinta Valbom, antigo posto Jesuíta, onde já em 1776 funcionava um importante lagar de vinho, é desde 2007 o centro de estágio de vinhos e sede do Enoturismo Cartuxa.
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