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História(s) do Arcada

O espaço já deu para quase tudo. Se a primeira vida do Café Arcada teve início em 1942, por ali já passou uma sucursal de um banco, uma sede de campanha de Mário Soares e até lojas dos 300, conta Jorge Santos, que actualmente gere o negócio, juntamente com o irmão.
Quando pegaram no café, na viragem do milénio, estava “decadente a todos os níveis”, tinha tido altos e baixos e tinha tido alturas em que chegou a estar encerrado. Foram então tentar perceber as origens e o que se tinha ali passado para manter a “não só a filosofia mas também a estética”. Hoje Jorge Santos fala de “um café antigo com toques modernos”.
Sobre as origens do café pode falar António Carmona Oliveira, filho de um dos sócios fundadores do café. Hoje com 80 anos, tinha 6 quando o pai se lançou no empreendimento na Praça do Giraldo, “que naquela altura era o centro da cidade”. “Hoje tem mais turistas”, atira. Morava mesmo em frente ao edifício onde abriu o Café Arcada e lembra-se de andar por cima dos andaimes quando ia com o pai ver as obras.
Recorda que, na altura, a mãe era “das únicas senhoras que ia ao café”, algo que só depois se começou a generalizar. A música ajudou. O Arcada tinha banda aos domingos, mas os dias mais movimentados eram a terças-feiras, quando se realizava a feiral semanal de Évora. Diz que vinha então gente do Alto e do Baixo Alentejo para negociar. “Às 14h não conseguia entrar nem sair do café a não ser a muito custo”, lembra, apontando também para o carácter ”um bocadinho elitista” do estabelecimento.
Um café que, ao ser o primeiro do Alentejo a ter frigorífico, “foi de certeza o primeiro que se pode chamar café moderno” da região.
Virgílio Ferreira reserva-lhe um espaço na sua obra mais célebre, Aparição, mas António Carmona Oliveira não tem memória de que o escritor tenha sido um cliente assíduo. “Era professor de liceu no meu tempo. Poucos professores frequentavam o café, não era habitual”, explica.
In Público
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