IEFP promove sessão polémica

Por em 1 de Dezembro de 2011

Jovens desempregados com o 12º ano “convocados” para conhecer ofertas de trabalho na Europa. O Ministério da Economia e do Emprego diz que “não é política do Governo fomentar a emigração dos portugueses, e especialmente a emigração dos jovens”. É a resposta do gabinete do ministro Álvaro Santos Pereira às dúvidas levantadas pelo deputado comunista João Oliveira sobre uma acção do Centro de Emprego de Montemor-o-Novo em que meia centena de jovens teriam sido “aconselhados a emigrar” por técnicos deste organismo.
“Nestas reuniões, para as quais os jovens foram convocados com uma notificação que fazia referência a uma oferta de emprego que lhes poderia interessar, os técnicos do Centro de Emprego que têm a seu cargo a tarefa de preparar e orientar os jovens na procura de trabalho e de os colocar em ofertas de emprego fizeram exactamente o contrário, afirmando que em Portugal não há resposta para os desempregados e que o melhor mesmo é tentarem outros países da Europa onde há ofertas de trabalho”, revelou João Oliveira.
De acordo com a justificação do Ministério da Economia, os factos em causa ocorreram durante uma sessão da denominada rede EURES, uma rede de ofertas de emprego europeia, patrocinada pela Comissão Europeia.
“Nessas sessões, o objectivo é precisamente o de divulgar as ofertas de emprego que existem nesta base intra-europeia e ajudar os desempregados europeus que queiram ocupar uma destas ofertas noutro estado-membro”, diz fonte oficial, garantindo ser esta a “contextualização” da intervenção da técnica do IEFP.
Segundo a mesma fonte, para esta reunião foram convocados jovens desempregados inscritos no Centro de Emprego de Montemor-o-Novo, com mais do 12º ano de escolaridade e conhecimentos linguísticos, “tendo sido divulgadas as ofertas de emprego existentes na base de dados EURES que se enquadrariam nas respectivas qualificações”.
“A presença do IEFP como membro da redes EURES, há largos anos, no quadro de iniciativas comunitárias, é importante, não consubstanciando a única via de ajustamento do mercado de trabalho em Portugal para os jovens”, concretiza o Ministério da Economia e do Trabalho.
O assunto tornou-se polémico porque surgiu depois de o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Miguel Mestre, ter aconselhado os jovens desempregados a “sair da zona de conforto e ir além das nossas fronteiras”.

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