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Piloto de avião que caiu em Évora não tinha licença de voo

O ano de 2009 foi trágico no Alentejo no que respeita a mortes na sequência de acidentes aeronáuticos. No espaço de um mês, entre 14 de Agosto e 15 de Setembro daquele ano, a queda de três avionetas matou seis pessoas e feriu outra gravemente.
Destes três, o primeiro chocou a cidade de Évora. Sabe-se agora, através do relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação a Acidentes com Aeronaves (GPIAA), que Eddy Resende, 33 anos e proprietário da escola de pára-quedismo Skydive, decidiu assumir os comandos do Beechcraft 99 que se despenhou, apesar da falta de experiência para pilotar esse género de aeronave (bimotor), a 14 de Agosto de 2009.
O acidente causou a sua morte e a do instrutor de pára-quedismo João Silva, 30 anos após e deixou uma rua no bairro de Almeirim num cenário que até então aquelas pessoas só tinham visto nos filmes e nas piores notícias. Um avião colidiu com uma casa.
O relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GP IAA) vem agora confirmar que o piloto não tinha licença de voo e que a empresa não possuía Certificado de Operador Aeronáutico nem se encontrava registada na Autoridade Portuguesa para a Aviação. O bimotor, que havia sido adquirido dia antes em França, não tinha também registos da manutenção, é outra das conclusões do documento que o Registo analisou.
O nosso jornal sabe ainda que a família do tripulante da aeronave, João Silva, arrisca perder tudo aquilo a que tinha direito. A família tenta levar o caso a tribunal, visto que o relatório do GPIAA aponta para eventuais responsabilidades criminais.
Para o GPIAA, o voluntarismo e a habilidade do piloto não foram suficientes para ultrapassar a falta de conhecimentos, formação e treinos para voar com uma aeronave bimotor. Com um motor inoperativo, Eddy não conseguiu aterrar o avião em segurança e despenhou-se.
Em terra ficou o filho Gonçalo, na altura com oito anos, que escapou à morte depois de Eddy ter proibido o seu embarque no fatídico voo. Antes da queda, o piloto mandou saltar os 12 passageiros, todos pára-quedistas. João Silva, director de um hotel em Lisboa, decidiu ficar a bordo por solidariedade. Os dois, Eddy e João, acabaram por ser as primeiras vítimas de 2009, um ano negro para a aviação.
Dois dias depois da tragédia em Évora, A queda de uma avioneta vitimou o piloto, de 79 anos, António Posser de Andrade, em Alcácer do Sal. Natural de Cascais, passava a maior parte do tempo na Herdade da Palma, que geria. Apaixonado por aviões, acabou por morrer aos comandos do seu ‘Tecnam’ dentro da quinta.
Os familiares que estavam no local terão tentado resgatá-lo às chamas e sofreram ferimentos leves.
Do que se passou no interior da propriedade há apenas o testemunho de GNR, bombeiros e elementos da Protecção Civil, uma vez que os portões permaneceram fechados aos olhares dos jornalistas. Foi numa zona entre a pista de um pequeno aeródromo privado e uma barragem, bem próximo da área de serviço de Alcácer do Sal, na auto-estrada entre Lisboa e o Algarve, que a avioneta se despenhou depois de embater num sobreiro.
Ao atingir o solo, o Tecnam de asa baixa e trem rebatível – um dos mais modernos aparelhos da aviação ultraligeira – incendiou -se, provocando a morte ao piloto.
O outro ocupante do aparelho, um jovem de 18 anos, amigo da família, sofreu queimaduras graves nas pernas, tendo sido transportado para o Hospital de São José, em Lisboa.
Do acidente resultaram outros dois feridos ligeiros, com diversas queimaduras, familiares que correram para os tentar salvar das chamas. Sobre este acidente o relatório do GPIAA é conclusivo e atribuiu ao embate na árvore a causa da queda.
Já na noite de 15 de Setembro desse ano de 2009, em Sete, Castro Verde, a queda de um bimotor da Academia Aeronáutica de Évora matou um instrutor espanhol de 25 anos e dois alunos holandeses, de 18 e 20 anos. O GPIAA concluiu que a aeronave ultrapassou os limites de carga e desintegrou-se em pleno voo.
Este foi o mais trágico dos acidentes, devido ao maior número de vítimas provocadas.
Acidente no Ciborro continua por explicar
Já em 2010, a 8 de Março, mais um acidente aeronáutico no Alentejo provocou outras duas mortes. Nesse dia, ao final da tarde, as autoridades terão levado, pelo menos, duas horas a chegar aos destroços do aparelho caído próximo de Ciborro, Montemor-o-Novo, devido à inexistência de testemunhas oculares do acidente.
A bordo do Alon Aircoupe A2-A de matrícula CS-AIG, uma aeronave ligeira de dois lugares construída em 1968 e com mais de 1200 horas de voo, seguiam Sousa Monteiro, comandante reformado da TAP, e Costa Martins, coronel da Força Aérea e antigo capitão de Abril, que levantaram voo da Herdade de Cavaleiro e Pinheiro, onde se encontra instalada um pista privada.
Os destroços seriam encontrados pela GNR cerca de quatro horas depois do início do fatídico passeio. No interior da chapa retorcida – o aparelho partiu-se ao meio – estavam os dois corpos já sem vida. O acidente ocorreu num local ermo a cerca de 250 metros do início da pista, nas proximidades de postes de alta tensão que não terão sido tocados pelo aparelho.
Os bombeiros ainda acorreram ao local, mas o acesso foi vedado pela GNR para preservar os vestígios. Os primeiros indícios apontavam para uma possível falha técnica, mas só o relatório final do GPIAA pode esclarecer sobre as causas do acidente.
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