Turismo quer classificar chocalhos das Alcáçovas, tapetes de Arraiolos e festas de Campo Maior
Ao todo são sete os bens do Alentejo que podem brevemente ser considerados património mundial. A Turismo do Alentejo avançou recentemente a ideia de candidatar à distinção a arte chocalheira das Alcáçovas, os tapetes de Arraiolos, a tapeçaria de Portalegre, as festas do povo de Campo Maior e as jangadas de São Torpes, em Sines. Recorde-se que em curso já estão as candidaturas do montado e do cante alentejano.
“Há determinados bens imateriais, uns em vias de extinção e outros com grande significado no contexto do Alentejo, que também merecem ser candidatados e classificados pela UNESCO”, disse António Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo.
Segundo informação da entidade que gere a indústria turística na região, o projeto visa a salvaguarda da arte de fazer chocalhos característica das Alcáçovas (concelho de Viana do Alentejo), dos tapetes de Arraiolos e da tapeçaria de Portalegre, das festas do povo de Campo Maior, de ruas enfeitadas de flores de papel, e das jangadas de São Torpes, uma espécie de embarcação que se supõe de origem fenícia e usada na pesca artesanal local.
O próximo passo passa por assinar acordos de colaboração entre a entidade promotora e as autarquias onde estes bens têm representatividade, durante os próximos meses. O primeiro deles é assinado já este domingo, nas Alcáçovas, com a junta de freguesia local e o município de Viana do Alentejo, visando a elaboração de uma candidatura da Arte dos Chocalheiros à lista da UNESCO de Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente.
“Os chocalhos artesanais das Alcáçovas são o primeiro processo a avançar, num trabalho coordenado pelo antropólogo Paulo Lima, mas cada um dos outros bens imateriais vai ter a sua própria candidatura, a diferentes listas da UNESCO”, explicou Ceia da Silva.
O presidente da Turismo do Alentejo admitiu que este projeto global seja executado “nos próximos dois anos” e assegurou que, atualmente, é preciso “afirmar as questões da identidade dos territórios e dos destinos turísticos”.
“É imprescindível valorizar e salvaguardar estes bens imateriais, que pertencem à identidade do Alentejo”, para que possam ostentar o “selo” da UNESCO, o que contribuirá para a dinamização turística e económica da região”, considera.
Já o presidente do município de Viana do Alentejo, Bengalinha Pinto, congratulou-se por a arte chocalheira das Alcáçovas ser o primeiro passo deste projeto da Turismo do Alentejo e disse esperar que a candidatura seja elaborada “até março do próximo ano”.
“Queremos preservar uma arte que está em vias de extinção e que terá em Alcáçovas o seu núcleo mais importante e, no âmbito da candidatura, também estamos a trabalhar num plano de salvaguarda da arte chocalheira”, revelou à agência Lusa.
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