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Valores para a sustentabilidade

Segundo a Comissão Mundial sobre o Ambiente e Desenvolvimento, temos o conceito de Desenvolvimento Sustentável:
“Uma condição sustentável para este Planeta é aquela em que existe estabilidade quer dos sistemas físicos como sociais, atingindo através do preenchimento das necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras preencherem as suas próprias necessidades”.
O desenvolvimento sustentável é, sem dúvida, um dos conceitos mais divulgados actualmente.
Num primeiro contacto, esta concepção baseava-se na ideia de atender a eficácia económica, simultaneamente com os requisitos de ordem ecológica, social, cultural e espacial. A novidade deste conceito associa-se à proposta de criação de tecnologias não poluidoras e pouco exigentes de energia, sem, todavia, abandonar a proposta de aumento da riqueza, ou mais sensatamente falando, a manutenção do capital até então adquirido.
A ideia de desenvolvimento sustentável pode ser apenas um lado da moeda. Na verdade, além da sustentabilidade ou de desenvolvimento sustentável alicerça-se no facto da preocupação com o equilíbrio do meio ambiente, dos recursos e dos bens. Sem dúvida, é um conceito fundamental, pois insiste na garantia dos meios necessários para a realização e a própria continuidade da actividade humana no desenvolvimento de meios adequados para impedir a destruição e o desequilíbrio do crescimento.
De modo a alcançar a finalidade do sustentável é necessário ter em conta três pressupostos:
-Deve ser atingida a equidade intra e inter geracional, pois todos devem ter as mesmas condições de acesso aos recursos e bens ou serviços.
-Devem estar satisfeitas as necessidades básicas para posteriormente se atingirem padrões de vida melhorados, o que está intimamente relacionado com o próximo pressuposto na medida em que se as minhas condições básicas não estão satisfeitas é obvio que não vou estar a pensar no bem-estar do próximo ou sequer da natureza, o que é reflexo do mais egoísta e inato pensamento do humano, ou talvez fosse apenas instinto de sobrevivência
-Devem ser mantidos os recursos e sistemas biofísicos.
Contudo, algo que nos deixa pensativos é o paradigma de ter de reduzir os actos que me proporcionam qualidade de vida a curto prazo, e a máxima rentabilidade, para poder ter qualidade de vida a longo prazo.
Como poderei eu alcançar qualidade de vida se estou a reprimir o mais primário instinto humano que é: se posso ter mais e melhor e isso me satisfaz como pessoa, porque terei de ter menos para me satisfazer mais tarde como pessoa? Novamente o egoísmo inato.
Aqui surge a contradição do ser humano acerca do objectivo da sustentabilidade, cruzado com o conceito do eticamente correcto e com os conceitos de sustentabilidade quer económica, social ou ambiental.
Ou seja, o conceito de sustentabilidade há-de estar algures no meio do triângulo futuridade, equidade e ambiente. Estando o “segredo” na manutenção do capital social, económico e ecológico. Eu digo manutenção porque seria demasiado ambicioso falar em aumento de capitais se virmos o planeta como uma enorme entidade empresarial. A não ser que matássemos grande parte da população, o que talvez não fosse eticamente muito correcto, porque depois surgiria o problema ético de quem deve ou não viver, e os critérios definidos por uns iam de encontro aos critérios definidos por outros… Aí sim, os recursos eram mais abundantes, mas não porque os tivéssemos incrementado, apenas porque os “consumidores” eram menos.
Acho mais que legítimo a obrigação de deixarmos às gerações vindouras o legado que nos foi deixado a nós. Lá estão mais uma vez presentes os conceitos de futuridade e equidade.
Outro grande problema é a definição de equilíbrio quer económico, social ou ambiental, porque cada “empresa” tem as suas necessidades, o seu número de colaboradores, e velocidades de laboração. É entrave à criação deste conceito, tanto a megalomania como a mediocridade de cada indivíduo, ou seja, o que é para mim uma economia, uma sociedade, ou um ambiente desenvolto e preservado, para o próximo pode parecer o caos da insuficiência.
Temos de perceber que as necessidades de cada entidade podem variar, pois um sistema subdesenvolvido, como são os países do chamado terceiro mundo, não vão pensar em preservação ambiental, o que implica que se tenham de desenvolver sacrificando necessidades, digamos que fúteis para quem tem as suas necessidades mais básicas ainda por satisfazer, uma vez que normalmente em termos sociais também se deixa muito a desejar.
Apenas me resta concluir que para que estes princípios possam parecer o mais senso comum possível é necessário que sejam incutidos desde muito cedo, o que torna necessário a educação nesse sentido.
Educar pressupõe “abrir para fora”, abrir a mente, e aliado ao termo desenvolver, que significa tirar de um invólucro ou tornar visível, e ao termo sustentável que pressupõe autonomia, temos o objectivo praticamente atingido na teoria.
Cientes de tudo isto, e estando providos da liberdade que é estritamente necessária para que nos consigamos libertar de qualquer egoísmo residual, talvez consigamos suplantar a cultura medíocre que nos faz maximizar a todo o custo para ter a nenhum esforço.
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