Conferência sobre “A elevação da gastronomia alentejana a património mundial da UNESCO”

Por em 24 de Fevereiro de 2012

Um clima de franco entusiasmo e participação caraterizou o debate que gerou a conferência “A Elevação da Gastronomia Alentejana a Património Mundial da UNESCO”, que decorreu no dia 23 de Fevereiro, no Palácio D. Manuel.

O evento, integrado na Rota de Sabores Tradicionais 2012, foi organizado pela Delegação do Alentejo da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e contou com o apoio da Câmara Municipal de Évora, tendo tido uma considerável participação, nomeadamente de vários dos mais conhecidos empresários eborenses da restauração e representantes de diversas instituições.

Do programa de trabalhos, moderado pelo Diretor do Departamento de Desenvolvimento Económico da Câmara Municipal de Évora, Adelino Fonseca, fizeram parte três painéis: “Restauração e Autarquias – Sinergias Potenciadoras da Economia Local”, por Paulo Mendonça (Presidente do Grupo do Setor da Restauração Tradicional da AHRESP); “Candidatura da Dieta Mediterrânica a Património da Humanidade”, por José Santos (Turismo do Alentejo, ERT); e “Euroregião AAA – Cadernos de Tapas e Petiscos e Comidas de Azeite – A sua importância para a Restauração e Turismo”, por Paulo Silva e Francisco Sabino (CCDR Alentejo).

Os painéis abordaram questões de significativa importância que souberam cativar a atenção de toda a audiência. O debate que se seguiu também foi bastante participado e as questões colocadas muito oportunas e relevantes para o setor da gastronomia alentejana.

Diversos pontos a aperfeiçoar para uma melhor potenciação da economia local foram focados ao longo do primeiro painel, seguindo-se a importância da participação do Alentejo na candidatura da dieta mediterrânica, a qual, ainda durante esta Primavera, será apresentada numa parceria que reúne a Catalunha, o Algarve e Alentejo.

Foi igualmente salientado o significativo e frutuoso trabalho que está a ser desenvolvido a nível das relações transfronteiriças através do Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças (CCDRA) que passou, entre outros aspetos, pela criação da Euroregião AAA e pela edição e apresentação do “Caderno de receitas de tapas e petiscos do Alentejo, Algarve e Andaluzia”, no Consulado de Portugal em Sevilha.

O livro foi encomendado à Confraria Gastronómica do Alentejo pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, para promoção e divulgação das cozinhas regionais destas três regiões, que integram a Euroregião AAA – Alentejo, Algarve, Andaluzia.

A Confraria alentejana convidou a Confraria Gastronómica do Algarve e a Federação das Confrarias Enogastronómicas da Andaluzia, para que a ajudassem nesta tarefa escolhendo receitas de tapas e petiscos tradicionais e o resultado foi uma publicação com mais de 60 receitas, representativas destas regiões. Um segundo caderno está em preparação pela Andaluzia sobre Comidas de Azeite e prevê-se a eventual edição de um dedicado à doçaria .

No final do encontro, Manuel Fialho, Presidente da Delegação do Alentejo da AHRESP e Provedor-Mor da Confraria Gastronómica do Alentejo destacou a relevância deste evento, tanto pela qualidade das questões levantadas, como pela considerável participação do público, considerando que se deve continuar a realizar mais encontros destes para debater a fundo estas questões.

No que concerne à elaboração da Carta Gastronómica – um dos temas focados durante a conferência – considerou que é fundamental, pois trata-se de “um instrumento que vai regular toda a nossa gastronomia e referenciá-la” e “é um tema muito aliciante em que os empresários da restauração estão muito empenhados, pois nos dias de hoje o produto fundamental para eles é a gastronomia regional”.

Por seu turno, o moderador da conferência, Adelino Fonseca considerou que esta teve “um balanço extremamente positivo, pois despertou várias dinâmicas interpretativas e de opinião sobre esta temática e sobre a importância da gastronomia, além de que os participantes demonstraram um elevado grau de interesse, de motivação para trabalhar a gastronomia alentejana, que é indiscutivelmente um património”.

Sublinhando que esta ação decorre da parceria que a Câmara de Évora promove no âmbito da Rota de Sabores Tradicionais e que envolve um conjunto de parceiros alargado, evidenciou ainda a interação que se tem gerado entre todos os envolvidos através deste tipo de iniciativas em que os protagonistas são os parceiros, facultando a autarquia o seu apoio.

Para melhor ilustrar isto, recordou alguns exemplos, caso das ações públicas que se centraram no azeite (Praça de Giraldo) e no vinho (Praça Joaquim António de Aguiar), estando ainda agendadas outras para o Mercado Municipal e para a Praça de Giraldo, que envolvem para além dos habitantes locais, os turistas e todos os que nos visitam.

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